sábado, 2 de maio de 2009

Billie Holiday - A arte criada pela dor

Como todo preto (ou se preferir, "afro-descendente") norte americano daquela época, a vida só teve a oferecer para a pobre infeliz uma coisa... se foder!!! E ainda por cima mulher...
Nascida na Filadélfia e criada em Baltimore, foi abandonada ainda bebê pelo pai que saiu com sua banda. A mãe também não fez diferente, largando-a pelas casas de familiares. Aos 10 foi estuprada por um vizinho, depois disso internada em um reformatório e aos 14 começou a se prostituir (se todas as crianças abandonadas pelos pais estivessem predestinadas a cantarem como Billie, não ficaria tão chateado de ter que aturar tarde da noite um monte de criança aqui na minha janela). Sua carreira musical começou por acaso, quando desesperada atrás de emprego (sua família estava prestes a ser despejada) ela entrou em um bar o Harlem e conseguiu emprego fixo como cantora após uma fracassada tentativa de ser dançarina.
Infelizmente, após conseguir merecido sucesso durante a década de 40, ela se afundou no álcool e nas drogas, vindo a falecer em 56. Até hoje, é impossível não se arrepiar com Lady Day cantando Strange Fruit. Abaixo uma coletânea que baixei da mula, quem estiver com paciência consegue baixar a discografia completa por lá.

The complete Billie Holiday on Verve CD 1

G.G. Allin

Nosso amigo G.G. Allin, pseudônimo de Jesus Christ Allin ( nome dado pelo pai - um fanático religioso que acreditava em seu infante como o novo Messias) é mais conhecido como "o maluco que cagava e mijava no palco e atirava merda no público e comia a própria bosta" do que sua música. Se antes não tinhamos internet, hoje é realmente uma piada de mau gosto alguém me perguntar sobre quem estou perdendo o meu tempo aqui digitando. Pois bem, o moçoilo realmente não era muito conhecido por essas bandas. Na verdade a primeira vez que eu ouvi algo a respeito dele foi em 93, através do povo que vendia LPs na Treze de Maio, centro do Rio de Janeiro. Coincidências a parte, também li uma matéria na extinta coluna alternativa cocô do Jornal do Brasil em 93 (ZAP?ZAZ? além do lixo do Rio Fanzine do O Bobo, qual era o nome dessa porcaria mesmo?) onde o G.G. Allin teve seu trabalho e sua performance retratada de forma circense e engraçadinha pelo escroto do jornalista ( forma de vida inferior que convive ao lado de outros seres tais como advogados, taxistas, vendedores, fanzineiros e críticos de cinema). Logo após essa matéria, veio outra na semana seguinte notificando a morte por overdose de heroína do último representante do underground norte-americano. Depois de uma apresentação interrompida por nosso amigo colocar (literalmente) fogo no palco, ele saiu completamente nú e se envolveu em uma briga com o povo então presente. Logo após a confusão, G.G. Allin se dirigiu a casa de um amigo e acabou "apagando" depois de tanto alcool e heroína. Acabou indo dessa para melhor, pois os loucos presentes não o acordaram por se tratar de uma rotina na vida de G.G. chegar doido e capotar...
Resolvi colocar uma cacetada de discos que eu tenho. Creio que aqui estejam reunidos a discografia "oficial" e mais uns bootlegs que fui catando pelos soulseeks da vida. Muitos dos álbuns foram lançamentos póstumos através do irmão de G.G. Allin (Merle Allin) que também participou das bandas The Scumfucs e dos Murder Junkies, essa última ainda na ativa levando o legado do Messias.

GG Allin - Malpractive (1977)
GG Allin & The Jabbers (1979)
GG Allin & The Jabbers - Out For Blood (1979)
GG Allin - Always Was, Is, And Shall Be (1980)
GG Allin & MC5 (1981)
GG Allin & The Stripsearch (1981)
GG Allin & The Jabbers - Banned In Boston pt1
GG Allin - Banned in Boston pt2
GG Allin - Live in Providence (1982)
GG Allin - Eat my Fuck (1983)
GG Allin & The Jabbers - No Rules (1983)
GG Allin & The Scumfucs - I wanna rape you (1984)
GG Allin - Live Fast Die Fast (1984)
GG Allin - Live at o'cayz Corral (1986)
GG Allin - Live at Pete's Basement Bash (1986)
GG Allin - Dirty Love Songs (1987)
GG Allin - Hated in the nation (1987)
GG Allin & The Holy Men - You Give Love A Bad Name (1987)
GG Allin - Boozin and Pranks (1988)
GG Allin - Expose Yourself to Kids (1988)
Freaks, Faggots, Drunks & Junkies (1998)
GG Allin & Afterbirth - XMas Songs (1998)
GG Allin & The Disappointments Live (1989)
GG Allin - Live With Bloody Mess & The Scabs (1989)
GG Allin - Carolina In My Ass (1990)
GG Allin - Doctrine of Mayhem (1990)
GG Allin - Outside Inside (1990)
GG Allin - Legalize Murder (1991)
GG Allin - Live Knoxville (1991)
GG Allin - Murder Junkies (1991)
GG Allin - Rehearsals (1991)
GG Allin - Suicide Sessions (1991)
GG Allin - I Am The Highest Power (1992)
GG Allin - Brutality And Bloodshed For All (1993)
GG Allin - Condemned And Destroyed (1993)
GG Allin - Hated (1993)
GG Allin - Layin' Up With Linda (1993)
GG Allin - Look Into My Eyes And Hate Me (1993)
GG Allin - No Room, Kiss me in the gutter (1993)
GG Allin - Rough, Raw and Live (1993)
GG Allin - Sickest of the Sick (1993)
GG Allin - Son of Evil (1993)
GG Allin - Violence Now - Assassinate The President (1993)
GG Allin - War In My Head (1993)
GG Allin - Anti Social Personality Disorder (1994)
GG Allin - Kill Them All (1994)
GG Allin - Aloha From Dallas (1995)
GG Allin - Carnival of Excess (1995)
GG Allin - Terror in America (1995)
GG Allin - The Masturbation Session (1995)
GG Allin - The Troubled Troubadour (1996)
GG Allin - I was a murder junkie (1999)
GG Allin - Res-erected (1999)
GG Allin - Occupation (2000)
GG Allin - Scumfuc Tradition (2000)
GG Allin - Suicidal Motherfucker (2000)
GG Allin - Violent Beatings (2000)
GG Allin - Shit Sprayin' Classics (2001)

Cartola - Cartola (1974)

Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro.Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar a famosa favela.
Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba.
Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".
Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. O nome e as cores verde-rosa teriam sido escolhidos por Cartola, que compôs também o primeiro samba para a escola de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas.
Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite - ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes.
Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o "Zicartola" que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego publico e compondo seus sambas.
Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço", "Alvorada" e "Alegria". No final da década de 70, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até falecer, em 1980.


01 - Disfarça e chora
02 - Sim
03 - Corra e olhe o céu
04 - Acontece
05 - Tive sim
06 - O sol nascerá
07 - Alvorada
08 - Festa da vinda
09 - Quem me vê sorrindo
10 - Amor proibido
11 - Ordenes e farei
12 - Alegria

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